03/08/2009

100 Regras do Power Metal


1. Você tem um objetivo: ser épico.

2. Não deixe nenhum som isolado. Se há um solo de guitarra, harmonize-o. Se há uma linha vocal, faça dela um coro.

3. Teclados são uma ótima maneira de adicionar milhares de texturas diferentes em uma canção. Encontre duas dessas que você goste e insira em qualquer canção que você componha.

4. No mundo power metal, qualquer coisa “do aço” é boa, e qualquer coisa boa deve ser comparada ao aço.

5. Você PRECISA cantar letras sobre dragões, liberdade e/ou power metal.

6. Lembra que nenhum som deve ficar isolado? O mesmo vale para os álbuns. Tudo pode ter uma sequência!

7. Espadas aumentam sua credibilidade e sua performance. Certifique-se de carregar uma com você não importando se você sabe usá-la ou não.

8. Escolha um tema e nunca mais largue-o. Manowar são guerreiros do True Metal e eles não cantam sobre mais absolutamente nada. Rhapsody tem suas crônicas de Algalord. Hammerfall têm seu aço, seus martelos e seus templários. Running Wild tem piratas. BLIND GUARDIAN tem Tolkien. A nenhum deles é concedido o direito de cantar sobre outra coisa a mais.

9. Se você quer cantar sobre outras coisas, invente um projeto paralelo. Avantasia é o modelo perfeito.

10. Quanto mais demorada a música, mais épica. Ver regra #1

11. Se possível, seja Michael Kiske

12. Se isso não for possível, finja ser Michael Kiske.

13. A capa do seu álbum deve conter pelo menos um dos seguintes elementos: fogo, aço, itens mágicos estranhos com brilhinhos, homens musculosamente deformados, punhos erguidos no ar, cutelaria, criaturas mágicas (de preferência dragões) ou raios brilhantes de luz em volta de alguém/algo.

14. ‘Grim’ e ‘necro’ não aplicam-se aqui; eles apenas fazem você parecer ridículo. Agora vá imediatamente cantar sua canção de 20 minutos sobre matança de dragões!

15. A não ser que você esteja cantando, não lhe é permitido o direito de segurar uma nota por mais de 0,3 segundos.

16. Caso você ainda não tenha percebido, “sinfônico” é sinônimo de “épico”. Ver regra #1.

17. Só porque outras 300 bandas já fizeram algo “épico” antes de você, sempre há lugar pra mais um.

18. A massa tem que cantar junto. Faça refrões pegajosos.

19. Cante em Inglês, embora sua base de fãs seja composta basicamente de brasileiros, alemães, japoneses, suécos e finlandeses. Ver regra #30: Se não for pegajoso, fica difícil de cantar em uma língua que não seja sua língua nativa.

20. Toque no maior número de bandas possível. Mais projetos paralelos e mais participações especiais significam mais épico!

21. Infelizmente, você precisa em sua banda de no mínimo dois guitarristas. Afinal como você acha que serão realizados aqueles duelos de solos de guitarra poderosos?!?!

22. Felizmente, você não precisa de um baixista! Ou pelo menos você não precisa usar o mesmo baixista duas vezes.

23. Comece todas as suas músicas com um longo acorde no teclado.

24. Violões acústicos são permitidos, às vezes.

25. Não é uma turnê! É uma cruzada!

26. Sobreponha suas linhas vocais, centenas sobre centenas de vezes. Não se preocupe quando for cantá-las ao vivo.

27. Nunca use palavras comuns em suas músicas. Nada é épico o suficiente se você não usar palavras como “majesty,” “glorious,” “magical,” e por aí vai.

28. Magos! Você precisa de magos!

29. Embora sua vestimenta não exija corpse paint, requere-se uma capa, um monte de jóias e as já mencionadas espadas.

30. Use armadura sempre que possível. Hammerfall dá uma boa idéia de modelos de armaduras aceitáveis, desde couro endurecido até cotas de malha.

31. As faixas não começam à toda velocidade. Vá aumentando aos pouquinhos até chegar a um estado de loucura épica.

32. Álbuns conceituais são totalmente épicos!. Ninguém nem sonha fazer isso.

33. Notas no encarte devem incluir histórias e relatos, podem ser da sua demanda épica sobre os dragões do mal ou sobre o seu duelo épico contra o alcoolismo enquanto você estava produzindo o CD.

34. Já cerveja pode ser inserida e servida de todos os meios true metal.

35. “Flagons of ale.” Serve bem para título das suas letras sobre histórias fantásticas, é é quase igual a “dragons,” então fica melhor ainda.

36. Já que você não pode usar de grunhidos, urros, arrotos e outros recursos vindo dos Trolls, você vai ter que cantar.

37. Pra compensar, faça músicas sobre matar Trolls, de preferência com aquelas espadas que você carrega no palco.

38. Vocalistas convidados, guitarristas convidados e qualquer outra participação especial de fora da sua banda faz a música soar mais épica, mesmo que a faixa seja exatamente igual às outras músicas com um solo de guitarra a mais.

39. Começe as músicas em mid-tempo e então, quando os ouvintes menos esperarem (coincidentemente no exato momento de todas as suas músicas) Atinja máxima velocidade com bumbo duplo e power chords.

40. Mas inclua uma linha enorme e incrível de baixo para preenchimento, Embora toda a produção sobrecarregue tanto a música que outras pessoas vão esqueçer que a banda possui um baixista.

41. Quando as idéias acabarem, abra seu livro de Dungeons & Dragons, de repente vocês são a primeira banda a falar sobre Owlbears e Kobolds.

42. Orquestras são um ótimo artifício para seu disco. Já que você não tem dinheiro para contratar uma, procure por novos cartuchos para seu teclado.

43. Se o seu disco ao vivo não possui o povo cantando junto todas as partes harmonizadas, você não é épico o suficiente para ser digno de um disco ao vivo.

44. Se você é Italiano, escreva algumas letras em Latim. Seus fãs Americanos não vão conseguir distinguir suas letras italianas e suas letras em latim, mas Latim é épico

45. Lembre-se, barbear-se é épico, cortar o cabelo não.

46. Álbuns inteiros devem ser gravados no mesmo padrão musical.

47. Tendo isso em vista, carreiras inteiras devem ser gravadas no mesmo padrão musical

48. Guitarristas, lembrem-se: dun da-da dun da-da dun da-da…

49. Faça o logotipo da sua banda bastante angular, porém perfeitamente legível

50. No seu primeiro show, se você sentir uma “força mística poderosa interior”, tome cuidado para não respingar no público.

51. Grave todas as suas melhores músicas em formato acústico e venda em um EP.

52. Lembre-se, fãs de Power Metal não são gays. São pessoas completamente confortáveis com sua masculinidade.

53. Jeans e couro foram embora com o Saxon. Seda e aço é a nova moda.

54. Mesmo que você não saiba nada sobre Política Internacional, você ainda pode escrever histórias sobre Relações Internacionais entre reinos mágicos.

55. Quando der entrevistas, não se esqueça de mencionar Thor como uma das suas influências musicais.

56. Temas abertamente religiosos geralmente são uma má idéia. Escrever canções extremamente vagas sobre “destino”, “tempo”, “zodíaco” e outras metafísicas é um caminho muito mais seguro

57. Relance todo o seu catálogo de álbuns com uma música extra no Japão. Então faça todo mundo pagar três vezes mais por algo que eles já tem por causa de uma “Lado B” e um Cover do Helloween.

58. Fogos de artifício são épicos. Lembre-se de chamá-los no palco de “Bafo do Dragão”, ou “Fagulhas da Bigorna do Sagrado Ferreiro”

59. Uma observação sobre fogos de artifício: Não se ateie fogo como James Hetfield. Guerreiros True do metal conseguem manipular o fogo sem se queimar.

60. Inclua o máximo de vogais possíveis no nome da sua banda. Idealmente, será o mesmo nome do reino mágico sobre o qual vocês vão cantar.

61. Às vezes, um coro não precisa ter uma letra ou um refrão. Apenas entoar um “ôôô ôôô ôôô” já é grandioso o suficiente para expressar seu fervor de batalha. Hammerfall são mestres nisso também.

62. Promo photos vêm em dois tipos: parados de camiseta parecendo uns idiotas, ou sendo banhados pela gloriosa luz do universo segurando espadas lá no alto, vestidos em robes dignas de um rei.

63. Pelo quê você luta? For the king, for the land, for the mountains, for the green valleys where dragons fly, for the glory, the power to win the dark lord!

64. Sem contar o direito de poder compor um álbum baseado em algum filme podre de fantasia dos anos 80. Como é que “Willow na Terra da Magia” ainda não virou uma saga de 5 CD’s?

65. Se você, de fato SENTIR o “power of the dragonflame” lhe queimando por dentro, recomendo sal de frutas.

66. Narração é uma ótima maneira de preencher aquelas partes em sua saga épica que ficam melhor em prosa do que em verso.

67. Contrate um narrador competende, embora... ninguém tenha feito isso ainda! Com exceção do RHAPSODY que finalmente se tocou e contratou o Christopher Lee.

68. Não, Christopher Lee não vai fazer as narrações do seu álbum. Aumente alguns níveis e depois faça uma investida.

69. Use “trigger” na bateria, a não ser que você tenha as mãos mais rápidas do mundo. (Eu ia fazer uma piada sobre batedores de carteira explicando o porquê de todos os brasileiros estarem em bandas de power metal, mas eu ia estar parecendo um palhaço etnocêntrico. Lembrem-se crianças, guerreiros True vêm em todas as cores, sexos e raças místicas.)

70. Toque tudo muito rápido, pelo simples fato de que é muito mais épico. Dragonforce, portanto, é a banda mais épica possível.

71. Se você insiste em criar um novo gênero, então escolha um nome extremamente épico como “Extreme Operatic Dragonslaying Symphonic Melodic Epic Heavy Hollywood Power Metal dos Onipotentes Deuses Guerreiros da Finlândia.'

72. Você definitivamente não é Power Metal “normal”

73. Vocalistas não podem ter testículos, a não ser que eles sejam Hansi, porque ele é Deus.

74. Assista a todos os DVD’s de “O Senhor dos Anéis” pelo menos uma vez por semana.

75. Se você assistir a todas as versões estendidas do início ao fim, você pode se auto-proclamar épico, e desempregado.

76. Leia O Senhor dos Anéis a cada mês ou dois.

77. Faça de tudo para que as pessoas achem que você é gay. Armadura, tangas e pintura no rosto (NÃO corpse paint) colaboram muito pra isso. Para o modelo ideal, procure algumas fotos de RONNIE JAMES DIO, o homem mais poderoso da história do Metal.

78. Você, definitivamente, NÃO É GAY!.

79. Independente do fato de você ser gay ou não (o que no caso você não é), você adora o Tuomas Holopainen E TAMBÉM Tarja Turunen.

80. Canções sobre amor são aceitáveis, mas tem que ser amor épico que envolva mortes e, com alguma sorte, dragões e/ou demônios.

81. Não faça músicas sobre sexo. Sexo não é muito épico.

82. Não faça distinções entre a sua vida normal e o personagem que você vive nos palcos. Embora andar por aí de armadura com espada em punho possa chamar uma quantidade de atenção meio desagradável, é uma ótima maneira de fazer propaganda, “Orgul Silverleaf, Orc Hunter: the Epic Quest, Volume XIII.”

83. Sobrepeso ou magro como uma taquara são conceitos que estão muito abaixo da sua luz, afinal de contas “O Metal nos faz ficar Fortões”

84. O Power Metal aceita músicas lentas que tornam-se rápidas, NUNCA o contrário. A não ser que a música tenha que baixar a velocidade para um uivo de lobo ou outro som épico ser audível.

85. Compre seus CDs no Ebay. Lembre-se de que é o lugar mais fácil de achar aquele álbum importado com uma música extra, que por isso é muito mais épico (e caro) do que o álbum original.

86. Você não tem um fã-clube, você tem um exército

87. Mas é claro! Levando em conta que cada fã porta uma espada...

88. Uma banda que massacra unida, permanece unida. A não ser que vocês comecem a massacrar-se entre si. Mas até aí tudo bem afinal o Varg não toca Power Metal.

89. Interrompa de forma radical aquela sua balada com um solo de guitarra absurdamente ensurdecedor e maniacamente rápido. O que avacalharia com a música em condições normais é necessário aqui pra acordar metalheads que caíram no sono enquanto você cantava sobre quando você pegou a sua ex no flagra com aquela Câmera Digital do Gelo Eterno +2 em todos os atributos.

90. Seu álbum deve obrigatoriamente ocupar a capacidade máxima de 74 minutos de um CD. Um verdadeiro rei nórdico não aceita menos de um CD inteiro em sua homenagem.

91. Se você acha que não vai conseguir compor quase 80 minutos de solos absurdos e coros estoura-testículos, você pode inserir uma pausa do mais absolutamente nada no fim do CD.

92. Nunca produza merchandising decente. Seu logotipo fica legal nas capas dos álbuns, mas nas camisetas fica uma merda.

93. Mulheres cantam. Não é permitido a elas nenhum outro papel na banda. Isso é uma pena, afinal elas são as únicas pessoas na banda que ficam BEM de cabelo comprido.

94. Falando em criatividade (que é uma coisa que não falta nunca nos Guerreiros True), se você não consegue bolar aquela elegia genial para sua princesa élfica do norte no final do CD, uma dica: não se constranja de começar ou terminar um refrão com “...on the Wings of a Dream”. A partir daí é só montar um quebra-cabeças complexo que é uma letra de Power Metal normal.

95. Notas de encarte devem incluir desenhos originais ou fotos do seu guitarrista fazendo palhaçadas no backstage.

96. Algumas bandas são ambiguamente Power Metal, e ao invés disso são categorizadas como “Speed Metal” ou “Heavy Metal Clássico”. Embora você possa gostar deles, Se eles não puderem despir-se de preconceitos e vergonhas como um Guerreiro True, então eles não podem acompanhar você na sua “Saída de Campo”.

97. E quando eu digo “Saída de Campo” eu quero dizer “Correr como um louco em volta das árvores entoando gritos de guerra e tentando achar um elfo”.

98. Não ponha palavrões nas letras de um álbum, guarde todos para a comunicação com o povo nos shows.

99. Tenha sempre uma faixa de introdução. Isso significa ”um minuto de teclados que vão ficando gradualmente mais altos.”

100. Faixas instrumentais são limitadas a uma por álbum. Essa regra tem como base o fato de que as faixas instrumentais não avançam muito na sua história, a não ser que seu guerreiro Nórdico tem que provar sua bravura num concurso de tirolês contra o Lorde Negro e, se for esse o caso, faça um favor a todos e reescreva sua história.

Uma amostra do que é ser Power Metal

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