08/02/2010

Entrevista com NIUTON PAGANELLA (Hammer 67 / Pantera Cover)


Uma verdadeira personalidade do rock e do metal de Caxias do Sul e com muita história para contar. Fizemos uma breve entrevista com Niuton Paganella, que fala um pouco de sua carreira e o Hammer 67, nova banda em parceria com Paulo Schroeber (Almah / Astafix) e que promete dar o que falar.


HEAVYNROLL - Paganella, um pouco do seu histórico musical. De onde vem esta incrível voz?

PAGANELLA - Cara, estou nessa lida desde 1991 quando comecei a tocar com uns amigos lá do Desvio Rizzo em uma banda chamada Ópera Explícita, tocávamos covers e tínhamos uma demo com 4 sons próprios. Tem uma história muito engraçada dessa banda, fizemos um show de lançamento da demo (olha a viagem...) no teatro do Sesc e deu um monte de coisas erradas, sem falar que a galera até hoje se deita na minha por causa de um figurino infeliz ehahehhuhaue... a gente era meio maluco na época, tocava uns lances que ninguém mais nem pensava em tocar, tipo Malmsteen, Dream Theater, a maioria da galera na época nem conhecia essas coisas...

Depois participei de várias bandas de cover, entre elas uma chamada Crazy Horse com o meu grande amigo Marco Paim na guitarra, na época ele nem cantava ainda profissionalmente, e hoje é a melhor voz de metal que eu conheço e já vi cantar na minha frente, realmente um mestre. Fiquei uns dois anos tocando na Travelin Band com o Douglas Pes, o Rodrigo Parizotto, o Fábio Broetto e o grande guita Rafael Danenhauer (hoje na Revolver) e foi uma experiência bem interessante. Essa era a época das grandes bandas de cover, como Lucille, Miss Liz, Cooks, Dama da Noite e Fall Up (depois Naja), e todo mundo tava procurando seu espaço. Bons cachês, muitas casas bacanas pra tocar, estruturas de show grandes, o saudoso Canta Park... aí eu e o Igo Zorzi montamos a Mr. Medley, uma banda que teve bastante sorte nesse meio, porém só em POA e interior do estado, em Caxias nunca deu certo... Foi essa a fase onde comecei a me achar musicalmente, definir um estilo, excluir do meu repertório coisas que não tinham a ver com minha voz e buscar definir uma identidade musical, tanto na voz como no palco. Foi uma grande experiência e uma das melhores fases da minha vida como músico. Tocamos para grandes públicos (12 mil pessoas na escolha da rainha da Festa da Uva), ficamos 5 anos direto como banda fixa do bar Opinião em POA, foi para mim uma pós graduação na arte de ser um frontman de banda de rock.

Finalmente, o fato que causou a definição do meu estilo foi ter começado a tocar com o Paulo Schroeber, a gente tocou junto por muito tempo com uma monte de músicos diferentes, até montarmos o Pantera Cover, inicialmente com a dupla de irmãos Viegas (João Viegas e Gustavo Viegas) no baixo e na Batera, depois com a saída deles, a definição do Bala no baixo e um tempo tocando com o Douglas Carbonera (ex Fall Up) na batera, e agora com o Marcelo Moreira (Burning in Hell / Almah). O Paulo foi um pai pra mim nesse sentido, me ajudando a definir o estilo, me orientando e apoiando a tentar fazer o melhor possível dentro das minhas limitações, ou seja, aproveitando bem o que fica bom na minha voz e descartando o que não funciona. E a maneira como ele produziu e tratou o vocal na mix e na master é uma coisa que com certeza só ele iria conseguir fazer.

HEAVYNROLL - Como surgiu o Hammer 67? O Pantera Cover e o Hammer 67 são a mesma banda?

PAGANELLA - A Hammer surgiu há uns 3 anos, eu e o Paulo sempre tivemos vontade de deixar um registro das coisas que a gente fez musicalmente, um registro da nossa história musical. Temos anos de estrada e não tinha ainda colocado num disco aquilo que realmente gostamos de fazer, um som pesado e com uma personalidade diferente. Com certeza o Paulo já tem um histórico de criações musicais excelentes, com discos gravados com o Almah, com o Astafix e com a Naja, mas o trabalho com a Hammer foi diferente porque éramos nós dois apenas, sem nenhuma outra influência ou direcionamento. Conversamos muito antes de iniciar a composição, definimos o que deveria e o que não poderia ser feito, decidimos trabalhar só nó dois no micro para manter o foco no direcionamento musical, e depois de algumas experiências iniciais, o som começou a surgir naturalmente. Levamos dois anos entre composição e pré-produção, e quando já tínhamos 90% do material pronto, fizemos o projeto para o Fundoprocultura e fomos contemplados. Aí foi só gravar valendo, caprichar na mix e na master e tá aí o disco. A formação da Hammer 67 que gravou o disco e que vai fazer os shows conta com o Márcio “Bala” Venz no baixo e com o Rodrigo “Figo” Zorzi na bateria, ou seja, é parecida com a do Pantera Cover mas não é a mesma.

HEAVYNROLL - A banda acaba de lançar um Cd chamado "Mental Illness", com 11 músicas inéditas, muito bem produzido e diferente de tudo que já foi feito, pelo menos por aqui. Como foi o processo de composição e gravação? Fale do Cd em si.

PAGANELLA - Como eu comentei anteriormente, a composição foi toda feita pelo Paulo e por mim. Iniciamos com alguns riffs que o Paulo tinha gravado há tempos, que estavam ali esperando para ser encaixados em alguma coisa. Dos riffs iniciais íamos criando uma estrutura, utilizando alguns samplers e batidas eletrônicas e, no desenvolvimento da idéia íamos encaixando as partes de bateria mesmo, para dar consistência a peso para a música. Sobre essa base inicial eu escrevia as linhas de voz e uma letra inicial (um refrão eu uma estrofe ou duas) e mostrava a idéia pro Paulo pra ver o que ele achava. Quando nós dois achávamos que tava bacana, aí partíamos para a construção total do arranjo e a finalização da música, que depois iria ser toda gravada de novo e produzida de maneira a buscar essa sonoridade coesa que queríamos para o disco como um todo. Queríamos um disco pesado, com coisas novas e modernas mas sem parecer muito Nu Metal, no qual conseguíssemos imprimir nossas influências e formação, mas que não pudesse ser rotulado como “parecido com” isso ou aquilo. O tema das letras foi algo que discutimos bastante e decidimos falar sobre aspectos do comportamento humano que estão presentes em todos nós, mas que por detalhes pequenos as vezes se transformam em grandes problemas, doenças da mente e da alma, enfim, mental ilnesses...

A gravação da guitarra e do baixo foi feita no home estúdio do Paulo (Chapelão Studios) e o restante foi todo gravado no Digital Master. A pré-produção foi toda feita pelo Paulo, e a produção final, mix e master também foi coordenada por ele com a assistência do Juliano Boz no Digital Master. A arte do CD é um trabalho que chama muita atenção pela qualidade e originalidade, obra do grande Benhur Lima, que também está responsável pelo desenvolvimento de nossa homepage e myspace. A fotografia do encarte foi feita pelo Alex Milesi com produção da Babi Fioravanzo.

HEAVYNROLL - Há também um cover de uma banda caxiense, a "Martelinho 67" do Aliança Rebelde, na qual você já havia gravado no tributo a esta mesma banda, mas agora com uma roupagem diferente. Além da música, veio o nome "Hammer 67". Qual a relação que tens com o Aliança?

PAGANELLA - Eu conheço e admiro o trabalho do Aliança desde os anos 90, quando estava começando lá no Rizzo e assisti um show dos caras. Fiquei apavorado de ver a atitude da banda e o nível etílico dos caras eheheh... ficamos muito amigos, saímos juntos várias vezes, principalmente com o Lonis, eles eram grandes amigos do pessoal da Travelin com quem toquei, e aí surgiu o convite pra Naja tocar no CD tributo. Como a Denise que era vocalista da Naja na época não tinha muito a ver com o tipo do som, o Paulo me convidou pra gravar com eles. Foi um dos melhores dias da minha vida, tomamos caixas de cerveja e nos divertimos muito. Foi aí que eu e o Paulo resolvemos que tínhamos que homenagear essa lenda do rock caxiense, e resolvemos batizar a banda como Hammer 67 e colocar a nossa versão da martelinho como bônus track (o Paulo queria que fosse a primeira do CD de tão boa que ficou eheheh). Lembro ainda hoje do dia da gravação, uma jaguarada no estúdio do Juliano, cerveja voando pra todo lado e o Dentinho soltando a pérola que finaliza o CD!! Ficamos tão felizes com o resultado que na segunda-feira seguinte tirei o Lonis de casa quando ele já estava jantando com a família só pra mostrar pra ele a gravação, afinal a gente precisava da bênção dos caras pra botar o som no CD. Ele ficou meio puto da cara de sair no meio da janta em plena segunda-feira, mas quando ouviu aprovou na hora. Depois o Saretta autorizou a gente a utilizar a letra (direitos autorais e tal) e tá aí o resultado, pra mim uma das melhores do disco e um fechamento com chave de ouro.

HEAVYNROLL - Vocês nunca fizeram um show desta banda específica, tornando assim as músicas do CD literalmente inéditas para o público, diferentemente de outras bandas que vão enxertando músicas próprias um pouco antes de lançarem algum material. Isso foi intencional?

PAGANELLA - Foi totalmente intencional. Inclusive a distribuição do CD está sendo muito planejada, entregamos algumas cópias para os amigos mais chegados, mas o plano para essa tiragem de mil cópias é enviar para o máximo de sites e revistas especializadas, e conseguir alguns bons reviews antes de buscar alguma gravadora, provavelmente na Europa, já que aqui nosso CD apodreceria nas prateleiras das lojas, perdido entre milhares de calipsos, ricks e renners, tiriricas e marcelos rossi da vida...

HEAVYNROLL - Com o Cd em mãos, quais são planos da banda? Divulgação, shows...

PAGANELLA - Temos que entregar 3 shows como contrapartida pública pelo projeto do Fundoprocultura, mas temos a intenção de fazer isso apenas depois de termos pronto o site e o myspace, e de gravarmos um clip da música “1984” que é o carro chefe do CD. Quando tudo isso estiver ok, aí começaremos o trabalho de divulgação do disco, acredito que dentro de um ou dois meses.

Agradecemos profundamente ao grande Paganella por nos conceder esta entrevista relâmpago. Futuramente faremos outra com mais calma. Agora cabe a nós esperar por este grande lançamento.

Abraço e Sucesso a todos do Hammer 67!

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5 Maiores influências

  • Bpon Scott (Ac/Dc)
  • Phill Anselmo (Pantera)
  • Ian Gillan (Deep Purple)
  • Dio (Dio / Heaven and Hell)
  • Udo Dirkschneider (Udo / ex-Accept)
10 Mariores álbuns

  • Highway to Hell – AC DC
  • Back in Black – AC DC
  • Born Again – Black Sabbath
  • Heaven and Hell - Black Sabbath
  • Far Beyond Driven - Pantera
  • The Great Southern Trendkill - Pantera
  • Metal Heart - Accept
  • The New Black – Strapping Young Lad
  • Inferno - Motorhead
  • Scenes from a Memory – Dream Theater



2 Comentários:

Unknown disse...

demoooonhoooooo!!! quero ouvir esse cd, se eu gostar, vo sai por ai dando tiro e jogando garrafa em igreja...hehehehehe. sucesso indio veio.

Cipriano disse...

Ouvi o cd e ta foda !